São Paulo, 05.05.2020 às 19h45
⚠️Alerta: Post
longo e com MUITAS verdades. Só inicie se for até o fim.⚠️
Nada melhor que começar relembrando a “história”, né?
Obs.: Se você já conhece a história, pode pular a parte dos links e...
Obs.: Se você já conhece a história, pode pular a parte dos links e...
- Meu 1º post – agora mamãe
- De volta ao lar (temporariamente)
- Definitivamente de volta ao lar - 63 dias
- 1 ano de bombom
- Maternidade Resgatada
Q-U-E fase intensa, que fase que me rendeu tanto amadurecimento,
uma busca incansável pelo autoconhecimento, luta gigantesca comigo mesma e que
têm uma ligação direta do porquê parei de escrever no blog.
FALANDO NISSO, POR QUE
PAROU DE ESCREVER NO BLOG? POR QUE SUMIU?
O que era apenas um local para compartilhar as informações que eu colhia pela internet afora, passou a ser um lugar de bastante visualização e não demorou muito pra eu sentir que precisava ter cuidado com o que se escrevia. Não era só escrever o que sentia, achava, fazia, pensava. Bateu aquela responsa, sabe? rs.
Fiz muitas, mas muitaaas amizades pela blogsfera, trouxe muitas amizades dos fóruns pra cá. Uma grande rede de mulheres incríveis com o mesmo objetivo, SER MÃE.
Enquanto umas ganhavam o tão sonhado positivo, outras já estavam gravidinhas e outras tinham suas “bolsas” rompidas e compartilhavam com as demais, a experiência do parto, as escolhas etc. Além de compartilhar os medos, ansiedades, os positivos, as perdas. Enfim, uma verdadeira rede de conhecimento, troca gostosa e sincera.
Aqui contei:
- A chegada do tão sonhado “positivo” (foram 3 meses de tentativa);
- Preparo de tudo pra chegada da bombonzinha (quartinho, compras,
presentes, mala da maternidade, lavagem das roupinhas, qual seria a roupa
escolhida pra saída da maternidade etc.);
- Ansiedades etc.
Só não contava que o nascer da Emily e tudo que aconteceria
comigo, me tiraria do eixo, viraria a vida de cabeça pra baixo, me tiraria do
contexto de uma "mãe normal":
- Ela não nasceu no Centro Obstétrico e sim no Centro Cirúrgico;
- Amamentei no peito poucas vezes;
- O preto/papai não pôde assistir o parto como esperado;
- Meu parto não foi natural/normal e nem cesárea, foi um corte vertical, porque depois que o obstetra fizesse o parto, seria/foi feito uma laparotomia exploradora (investigação abdominal);
- Me despedir da minha mãe, do preto e pedi que ele prometesse cuidar da nossa filha como nós dois tínhamos sonhado e imaginado porque eu tinha certeza que eu morreria;
- Ver a pequena por fotos, tiradas pelo preto, que se dividia
entre me fazer companhia na UTI e ir ver a nossa filha no berçário;
UTI, que dias difíceis, ver um a um da minha ala falecer, leite empedrar, febre surgir e persistir, veias não aguentarem os medicamentos e precisar fazer uma microcirurgia para o acesso ser pelo pescoço, banho de leito, pedir para as enfermeiras abrirem a cortina pra única distração: acompanhar uma faixa de um prédio, e imaginar o que as pessoas estavam fazendo dentro daqueles apartamentos, e sonhar estar em casa com a minha família;
Lembro de começar a inchar e a enfermeira pedir pra minha mãe evitar o contato físico, porque eu estava vindo a óbito.
Foi na UTI que começaram a cogitar dar altar da Mimi, surtei, surtei feio, chorava sem parar e implorava para que o preto não permitisse que isso acontecesse. No dia seguinte da minha alta da UTI era dia 24.12, sim, Natal.
Passamos o Natal nós 03 juntinhos, olhando os fogos em uma janela bem grande, de ponta a ponta. Não era a maneira que imaginamos, mas estávamos nós 03 ali, bem juntinhos. Mal sabia o que ia vir horas depois...
- Foi no Natal (durante o dia 25.12) que a Mimi teve alta do
hospital. No dia seguinte, ela se foi. Eu só queria vivenciar a cena vista
no dia da definição da maternidade - com passos lentos e cuidadosos entrar no
carro junto dela, com a roupinha escolhida com tanto carinho, sabe?
Ver minha pequena ir embora sem mim, foi o pior dia da minha vida. Não que eu queria que ela se mantivesse no hospital correndo riscos, eu queria mesmo que a realidade fosse outra.
Minha mãe chegou a me falar que levaria ela pra casa com uma roupinha comum porque eu logo sairia de lá e no dia da minha alta, a Mimi me buscaria e ela a vestiria a roupa sonhada. Mas não foi o que aconteceu. - Ela foi embora dia 25.12.2010 e eu só fui para casa definitivamente, dia 16.02.2011. Ou seja, passou Réveillon, meu aniversário (24 anos). Ela me visitava, de tempo em tempo, mas quando tive alta mesmo, já não cabia a roupinha escolhida e nenhuma outra.
- Cheguei em casa ela já estava com 02 meses completos, já não
tinha mais cólicas, já dormia no berço dela e boa parte da noite. Minha mãe
passou a me ensinar a rotina dela, como ela gostava de ficar, como dar banho. Pensa
na ruptura tremenda que tivemos? Uma hora ela estava na barriga e era minha, em
outra hora, eu estava aprendendo como lidar com a minha própria filha.
- Voltei debilitada, tive todo processo de me recuperar de 5
cirurgias, 63 dias de internação, emagreci bastante (nessa fase de 106kg para
75kg), mas não sabia que em casa chegaria aos 54kg. Consciência corporal ZERO.
Andava desengonçada, não sabia quanto de impulso usar para dar um passo, muito
menos dançar, qualquer pequeno esforço eu passava mal. Minha parte mulher? Auto
estima no chão, o corpo cheio de cicatrizes, sem condições.
Se quando eu estava hospitalizada e a Emily nasceu, o hospital não sabia que andar me colocar (pós operatório, maternidade etc.), dirá eu entender que lugar eu ocupava na vida naquele momento. Mãe? Passando mal ao dar o 1º banho na filha? Sei que estava pós operada, debilitada,fodidalascada...
Eu lia os blogs, os posts das amigas que iam se tornando mães dizendo sobre o AMOR tão sublime delas pelos filhos recém-nascidos e me sentia pior ainda. Dentro de mim puro conflito. - Dificuldades financeiras de “penca” e tinha toda uma alimentação especial e que custava muito caro. Leite? NAN – R$ 80,00 cada lata. Escolhíamos qual conta seria paga mês a mês.
E no blog? Vou escrever
o que, se eu não sou mais referência de uma mãe normal?
A VERDADE? Com risco de ser interpretada como “vitimismo”?
Para isso não acontecer, eu sempre falava no mesmo sentido de “ah
não amamentei e os peitos ficaram flácidos, mas quem importa, depois a gente
coloca um silicone, o importante é estar viva”. Sim, o mais importante era estar
viva, mas não estava tudo bem, eu não precisava exigir estar bem tão rápido,
lidar com aquilo de forma tão brilhante, porque não era verdade. Mas eu queria
me adequar a uma mãe normal, que vocês/elas se identificassem ainda assim
comigo de alguma forma e não apenas compaixão.
MENTIRA? Mas eu sempre fui tão de verdade no blog.
Então segui com o blog de forma bem espaçada com as verdades
que podiam ser ditas.
EM RESUMO...
Passei a me sentir um peixe fora d’água assim que me minha história passou a ser diferente de todas mamães da época e tinha certeza que nenhuma teria interesse pelos sentimentos atuais, porque não tinha semelhança alguma com as delas e quem ainda estava aqui, tinham expectativas de uma realidade muito complexa que eu não conseguia contribuir e sentiam muita, mas muita compaixão.
Passei a me sentir um peixe fora d’água assim que me minha história passou a ser diferente de todas mamães da época e tinha certeza que nenhuma teria interesse pelos sentimentos atuais, porque não tinha semelhança alguma com as delas e quem ainda estava aqui, tinham expectativas de uma realidade muito complexa que eu não conseguia contribuir e sentiam muita, mas muita compaixão.
Ah, uma coisa muito intrigante aconteceu depois do TODO (ou
durante o TODO, rs). Eu esqueci de TUDO que vivenciei com cada uma de vocês - quando
não era da pessoa em si, era do que vivenciamos juntas (conversas, forças que
demos umas às outras, trocas de carinho, informações, amizade, mensagens etc.). Já pensei em falar a verdade, mas pensei também que poderia ser ofensivo de alguma
forma.
Mas fico muito feliz quando alguém me manda nos comentários
das fotos do Instagram (@talywatanabe | @pqsim), no direct e até mesmo no Facebook que me conhece
desde aqui, no blog ou do fórum.
Tenho planos...
Sei que o blog não é o meio de comunicação mais popular hoje em dia. Vlog não tenho coragem de gravar, rs. #simsoutimida
Sei que o blog não é o meio de comunicação mais popular hoje em dia. Vlog não tenho coragem de gravar, rs. #simsoutimida
Então, vou caçar cada uma de vocês no Instagram ou Facebook
- “mas como quirida?”. Pelos comentários dos 313 posts feitos aqui é um caminho.
Quero de verdade, conhecer minha história, minha relação com
cada uma daquelas que foi tão essencial em um dos momentos mais especiais e
conflitosos da minha vida, a MATERNIDADE.
Se você é uma delas, e está lendo esse post. Por favor, me conte a nossa história?
Pra finalizar, uma foto da Mimi nos dias de hoje
6 Comentários
Quando me contou já fiquei emocionada, agora lendo mais profundamente me emocionei de novo. Digo e repito que só tenho orgulho de você, por ser tão incrível, tão especial, um ser humano tão forte e frágil ao mesmo tempo. Linda do meu ❤️
ResponderExcluirAaaah que importante ter seu comentário aqui e compartilhar os detalhes dessa história que fez tão eu hoje.
ExcluirMuito, muito obrigada por toda sua representatividade.
O-B-R-I-G-A-D-A
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh que saudade desse pessoa tão tão tão linda dentro e fora! Esta cada dia mais linda e a Mimi, a nossa bombonzinho Linda! Saudade de tudo q vivemos no grupo Off Topic hehe...
ResponderExcluir♥ Amei ler e reler tudo e saber que estive pertinho mesmo longe de vcs nessa fase que hj passou...
♥
Berroooooooo, Grupo OFF Topic, ai meu coração. Dou tudo pra saber qual é o seu nome e mais sobre esse grupo. Que TUDOOOO.
ExcluirAi meu coração!
Seja quem for, mtoooo obrigada
Te conheço a pouco tempo, mas a energia que está a nossa volta, parece de outras vidas.
ResponderExcluirSempre admirei você e lendo cada palavra sua, agora, só faz crescer a admiração, o carinho, o orgulho de tê-los por perto... você eh uma mulher FODAAA!!!
Te amo e amo essa sua família fantástica!
Te entendo perfeitamente!!! Lembro de cada detalhe lido no blog...eu não acompanhava vc antes da mimi nascer, mas foi tão lindo "a cara" do blog que fiz questão de ler todas as publicações, desde a primeira... e ai comecei a te procurar no face...ja gravida conversamos muito sobre muitas coisas...e tenho um carinho tão grande por essa familia maravilhosa que vc contruiu!!!! Taly, vc é maravilhosa!!!! carinho gigante por vc!
ResponderExcluir----10 anos de blog? U-A-U!! Já fui tentante, já estive gravidinha e hoje mamãe da Emily que já está com seus 9 anos.
--Já fomos Mamãe de Primeira Viagem 2010, já fomos Dona Mocinha. E hoje somos o que VOCÊ preferir.
--Seja bem vindx ao nosso mundo de muitos aprendizados e fique à vontade para comentar.