Infertilidade sem causa aparente (ISCA)



Existem casais mais férteis, que engravidam sem nenhuma dificuldade; casais menos férteis, que engravidam geralmente após algum tempo e insistência; e casais inférteis, os quais apresentam diferentes graus de infertilidade, muitas vezes difíceis de serem determinados. Por isso, é mais prudente utilizarmos o termo “infertilidade”, que significa dificuldade de engravidar, ao invés de “esterilidade”, que significa a impossibilidade de gravidez. Mesmo em situações improváveis a gravidez pode ocorrer, como por exemplo nos casos de obstrução tubária bilateral.


O papel do médico é tentar corrigir essa dificuldade, aumentando a chance mensal de gravidez (que é baixa, mas não é zero), escolhendo o tratamento mais adequado ao casal.


Quando um casal planeja uma gravidez e não consegue, a primeira coisa que ele quer saber é a causa desse problema. Entretanto, em alguns casos, mesmo após extensa investigação, não é possível determinar a causa da infertilidade, situação chamada pelos médicos de “infertilidade sem causa aparente” (ISCA).


A ISCA representa a incapacidade da medicina de detectar a causa da infertilidade através dos métodos disponíveis. Na verdade, a medicina só é capaz de levantar suspeitas em relação à causa da infertilidade, mesmo naqueles casos cuja causa nos parece óbvia.


Entretanto, muitos casais com ISCA na verdade apresentam um fator de infertilidade que pode ser detectável. Essa falha diagnóstica pode ser causada por realização inadequada de um exame, por interpretação errada de um exame pelo médico ou pela não realização de um determinado exame.

Um exemplo de realização inadequada de um exame é o espermograma. Esse exame deve ser realizado em um laboratório com controle de qualidade e que forneça um laudo adequado contendo todos os parâmetros seminais.

Considerar uma histerossalpingografia (HSG) alterada como normal é um exemplo de interpretação errada. Mesmo quando as tubas uterinas são permeáveis, pode haver alterações detectáveis à HSG que passam despercebidas, mas que podem ser responsáveis pela dificuldade de captação do óvulo.

Casais podem ser diagnosticados como tendo ISCA sem terem realizado todos os exames necessários. Em muitos dos casos, a mulher pode apresentar uma reserva folicular alterada, que compromete a qualidade da ovulação e dos próprios óvulos. Essa alteração pode ser facilmente detectável através de dosagens hormonais, muitas vezes não realizadas. Em outros casos, a mulher pode ser portadora de endometriose ou de alterações tubárias detectáveis apenas através da videolaparoscopia. Já o homem pode apresentar alterações na forma dos espermatozóides detectáveis apenas através da morfologia estrita, mas esse parâmetro não faz parte da rotina na maioria dos laboratórios que realizam o espermograma.

Mesmo que às vezes a causa da infertilidade detectável através dos exames possa não ser a verdadeira causa, ou ás vezes ser sub- ou superestimada, o médico tem como obrigação aprofundar ao máximo a sua investigação para que possa indicar o tratamento de acordo com a causa mais provável.

Fonte: www.fertibaby.com.br

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